Ela tinha saído da sala triunfantemente, deixando-me humilhado, zangado, entre outros sentimentos.
Reparei que todas as palavras
terminadas em “do” me serviam como uma luva, naquele momento.
Os meus olhos estavam quase
a saltar das orbitas! Senti-me com um pico de testosterona e como uma mola
estava pronto para saltar para o terreiro da discussão quando a mão do meu anjo
particular se colocou no meu ombro, dizendo “Não adianta. Agora não”.
Ele tinha razão. A batalha tinha terminado com a minha total e completa derrota!
Agora era tempo de limpar as
feridas num qualquer canto. E limpar as armas.
É que as próximas batalhas
iriam ser decisivas, e eu estava em clara desvantagem, pois tinha sido apanhado
desprevenido.
A Sónia tinha tudo planeado.
Assim, transformou o “nosso quarto” no “meu
quarto”, tendo-se mudado para outra divisão. Evitou desta forma que
dialogássemos sobre este assunto. Mais um ponto para ela.
Tinha então de fazer algo
para me adiantar a ela, mas nem sabia o quê. Estava completamente desorientado.
O problema das relações é
mesmo este. Quando estamos sozinhos dependemos de nós mesmos, e sabemo-lo. E quando
surge alguém distribuímos as tarefas, resultando numa poupança de tempo e de
recursos.
Quando o casal se desfaz, a maior dificuldade é mesmo recomeçar de novo.
E boa parte das pessoas fica tão habituada a contar com o outro que
quando este lhe falta, faz-lhe mesmo falta. E impede-as de seguir em frente.
Algumas vezes nem é o Amor,
nem a companhia, pois muitas vezes é inexistente. É mesmo o facto de se ter habituado a depender do outro que mais custa!
Em alguns casos a
interdependência é tão grande que deixam-se ficar os dois na relação. Para
sempre. E muitas vezes nem se suportando.
Sabem o percurso do Choque? Tive
as fases todas!
Comecei com a Negação, “ela está a gozar com a minha cara. Deve ser um aviso para marcar a data
do casamento”, à Revolta “porquê a mim?” até à Negociação “quanto queres para me voltares a amar?”. Todas!
(continua)
Sem comentários:
Enviar um comentário