Nos Cinco
Pontos anteriores, instruí-vos para viverem sozinhos, terem à mão girassóis espinhudos
para a inevitável guerra dos sexos, nunca terem mais de 42 anos, estarem sempre
muito bem convosco próprios, e por fim, e para não sofrerem desgostos com
ninguém, cortarem nas relações interpessoais e viverem como eremitas num chalé
no alto de uma montanha.
Com tantas
pérolas de sabedoria, sei que atingiram um patamar elevadíssimo de Felicidade,
mas não atingiram o pico da montanha, pois ainda falta o Ponto Seis, o último, e
com esse sim, consolida-se a Felicidade Suprema, Interminável e Inesgotável.
Li algures
que se o morto não sabe que está morto, o estúpido não sabe que é estúpido, o
menino da mamã não sabe que o é, tal como a mãe galinha, entre muitos outros
casos. E mais, não sabe que o é, recusa-se a assumir que o é, mas aponta a dedo
outros que o sejam.
Assim, o
estúpido nunca se considera estúpido, mas aponta muito facilmente outros como estúpidos,
para ele notoriamente mais burros que ele, e o mesmo acontece com os meninos da
mamã e as mães galinha. É o que diz o brasileiro que “o macaco só olha no rabo do outro”.
O psicólogo David
Dunning descobriu que “desconhecemos os
limites da nossa incompetência, não a dos outros.”, e ainda “os que mais tendem a ter melhor ideia sobre
si mesmos são, exatamente os menos capacitados.”
É o que
chamo de limitações ou incapacidades emocionais. São como daltónicos das
emoções. Na verdade, essas pessoas estão mesmo a ser sinceras quando negam o
que é evidência, mas apenas pelas suas limitações emocionais, muitas vezes
fruto do modo como foram criadas ou vivenciadas subsequentemente.
Assim, e
visto que está provado cientificamente que faz parte da natureza humana haver uma
limitação ou incapacidade emocional em descobrir os limites da nossa própria incompetência,
aconselho-vos a darem um passo atrás, deixem de ver as árvores e vejam a
floresta, e verão que toda a perspetiva muda.
A negação das
evidências começa porque a maior parte das pessoas não consegue escutar, e só ouve
o outro o suficiente para ripostar, para contra-atacar, com tudo o que tem, pois
considera logo à partida que está a ser afrontada, especialmente quando o tema
é família. E a discussão começa e a conversa acaba, para nunca mais voltar.
Assim, a via
para seres verdadeiramente feliz é não negares à partida tudo o que te incomoda,
seres humilde, curioso, questionares, leres livros sobre Filosofia, pensares por
ti próprio, analisares os vários lados da questão antes de tomares decisões.
E principalmente, escutares verdadeiramente, pois se tens duas orelhas e uma boca, é para escutares mais do que falas, que é, de resto, o Ponto Seis da Felicidade Suprema.
E sejam Felizes. E assim, sim, para todo o Sempre!
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