Os atores gregos da
Antiguidade utilizavam máscaras para que os espectadores pudessem ver qual o
estado de espírito das respectivas personagens. Umas estavam a sorrir e outras
estavam tristes. Os gregos antigos já sabiam que a vida era assim, sem lugar
para o meio-termo.
O sim ou não, yin ou
yang, bem ou mal, feminino ou masculino, positivo ou negativo são meros
exemplos, mas significativos. O “talvez”
e “deixa ver no que dá” são de
evitar. As chamadas zonas cinzentas são temidas e evitadas por serem difusas e
difíceis de interpretar. Nada como a clareza….As culturas ancestrais acreditavam que a máscara dava poderes mágicos aos seus utilizadores. Estes ganhavam as propriedades do animal que representava. Deste modo, o seu utilizador ficaria com a força de um leão, a rapidez da chita ou a sagacidade da hiena. Assim, uma pessoa que estivesse triste, ao colocar uma máscara sorridente, ficaria alegre…. era tão bom que assim fosse….
As
máscaras são bens preciosos. Permitem o fingimento. Permitem que os outros
julguem que estamos a sentir algo que efectivamente não estamos. Podemos estar em
êxtase e fingir que estamos no maior sofrimento. Ou o contrário. Podemos fingir
até ser algo que efectivamente não somos. Como os banqueiros e administradores de
grandes empresas que colocam máscaras de amnésicos e repetem até à exaustão
perante as comissões do Parlamento “não
me recordo nada disso…”.
As
máscaras permitem o bluff, permitem o engano, permitem tudo, excepto…
enganarmos a nós mesmos. Não mascaram a alma, os sentimentos. Apenas os tapam
de olhares indiscretos, ocultam a realidade, por uns tempos.Queremos mascarar tudo, e no final não mascaramos nada….. queremos enganar todos mas nem a nós o conseguimos fazer.
Então, para que servem mesmo as máscaras?
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