Ele repetiu a pergunta, desta vez mais
veementemente: “Porquê?”
Agitei os braços, sem abrir
a boca, como a dizer-lhe “Não sei!!!”
Nesse instante ele deixa-se cair, como se as forças o tivessem abandonado por completo, enquanto que as lágrimas lhe caiam soltas.
E eu confesso, chorava ainda mais que ele. E fui buscá-lo. Levantei-o e abraçamo-nos.
E eu confesso, chorava ainda mais que ele. E fui buscá-lo. Levantei-o e abraçamo-nos.
No meio do abraço e das lágrimas, senti a tentar-me
beijar. E eu senti-me a ceder....
Nem sei mesmo se os nossos lábios se tocaram. Não sei mesmo.
Nem sei mesmo se os nossos lábios se tocaram. Não sei mesmo.
Não sei quanto tempo
estivemos ali, assim, à minha porta, agarrados um ao outro...
Não sei quanto tempo ele
esteve ali, no patamar, a ver-nos, ali, assim….
Então o Paulo pigarreou, e a
magia foi-se….. e sejam muito bem vindos à realidade….
O que se sucedeu a seguir
foi digno do mais cruel dos momentos, pois bastou André ter visto as chaves na mão do Paulo para perceber tudo, e como se estivesse a tocar a
própria morte, repeliu-me, num gesto brusco e bruto.
Os seus olhos eram de um
louco. Sentiu-se enganado por mim. Pela segunda vez.
Atordoado, e sem dizer uma única palavra, desceu atabalhoadamente
as escadas e desapareceu. Desapareceu para sempre.
O Paulo olhou para os meus
olhos vermelhos e beijou-me carinhosamente o rosto a saber a sal.
Eu olhei para ele para saber
dos seus sentimentos. E ao vê-lo sorrir de uma forma diferente, tomei coragem.
Tinha de lhe dizer logo de uma vez.
E ao seu ouvido…..
segredei-lhe o mais baixo que me foi possível, talvez para ele não ouvir à
primeira.
“Paulo. Eu….. eu estou grávida….”
Ele sorriu ainda mais e
mostrou-me um saco de papel da farmácia. E segredando-me também, disse:
- Eu sei……
fim do capítulo III
(continua)
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