Afinal lembrava-se da tal Lúcia (a que não era a "sua") e de uma Sónia, com quem tinha trocado umas poucas palavras no primeiro dia...
....e foi num ápice que se tornarem amigos quase inseparáveis.
....e foi num ápice que se tornarem amigos quase inseparáveis.
André necessitava mais que tudo de desabafar, e a Sónia ouviu vezes sem conta a história da Lúcia, da canalhice do José, da sua
fuga para Mirandela....
E a Sónia era alguém que sabia ouvir sem julgar, sem avaliar. E isso bastava-lhe.
André aos poucos deixou de tentar saber da Lúcia. Da "sua" Lúcia. Simplesmente já não queria saber dela. Já não lhe ocupava o espírito.
Depois de várias "sessões", o tema Lúcia ficou vazio de qualquer significado e sentimento.
Depois de várias "sessões", o tema Lúcia ficou vazio de qualquer significado e sentimento.
Então foi a vez da Sónia contar
a sua história, da sua separação com o Ivo, mas contou-lhe toda a verdade, que continuavam a partilhar casa, e que continuavam a ser amigos. E apenas amigos....
Sinceramente não acredito que o André tenha ouvido a parte do Ivo com atenção, tão embevecido estava com as palavras dela, com o seu modo de falar, com os seus maneirismos.....
Sinceramente não acredito que o André tenha ouvido a parte do Ivo com atenção, tão embevecido estava com as palavras dela, com o seu modo de falar, com os seus maneirismos.....
Todas as noites da semana, ao
telefone, André contava à mãe o seu dia, e todos os dias ele falava da Sónia. “Filho, mas quem é essa Sónia? Eu conheço-a?”
ao que ele pacientemente respondia “Não,
mãe, ainda não conheces. É uma grande amiga minha daqui…”
As conversas mãe e filho
terminavam sempre com os conselhos maternais de "agasalha-te bem que está fresco" e "vê se comes melhor",
pois “estou a sentir-te mais magro”.
André delirava com esta parte do ritual. Mães….
O tempo foi pachorramente passando e a sua relação de amizade mantinha-o nos píncaros. Os finais de tarde eram o seu ponto alto, onde se
libertava e desinibia....
Mas para grande tristeza (dele) separavam-se quase todos os fins-de-semana, quando abalava para Mirandela.
Na ideia dele já quase quase namoravam....
...na perspectiva dela eram apenas grandes e inseparáveis amigos.
...na perspectiva dela eram apenas grandes e inseparáveis amigos.
A Sónia sabia dos anseios dele e quis separar bem os sentimentos, tanto mais que tinha por resolver
a questão Ivo. Mas que tardava em encontrar solução.
André por sua vez não tocava no assunto. Sentia-se muito bem com a Sónia e nunca mais tinha pensado na Lúcia, pelo menos com amor.
Tinha encontrado outro, muito mais intenso.
André nunca tinha ido a casa da Sónia e por isso foi com imensa felicidade que ela o convidou a jantar em casa dela, com o tal Ivo (agora amigo) e com a namorada dele.
“Jantar de casais”, pulou
André. “Vou jantar a casa dela com outro
casal. É o delírio!!”, exultava, dançando numa valsa imaginária.
(continua)
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