Vocês sabem, há coisas na vida que nos parecem estranhas, mas quando resultam, julgamos logo que é o
Destino, senão o próprio Universo que nos sorri. E nos faz sorrir!
“Mas o que é que queres saber? Pode ser que eu saiba. Diz lá”,
insistiu o tal Tomás.
Sem se incomodar com a
súbita familiaridade, e sem nada a perder e tudo a ganhar, André abriu o jogo “Eu estou à procura uma pessoa chamada
Lúcia….”
“Lúcia? Uma loura com olhos verdes grandes?” indagou Tomás.
Mas quem ficou com os olhos grandes (de espanto) foi André, e titubeante respondeu “Sim, essa mesmo….”
Mas quem ficou com os olhos grandes (de espanto) foi André, e titubeante respondeu “Sim, essa mesmo….”
E Tomás riu alto. “É a minha vizinha do lado. Vem cá que eu
faço o vosso reencontro, meu. Até já!” E desligou.
André ficou catatónico, com o telemóvel preso à mão por uma eternidade.
André ficou catatónico, com o telemóvel preso à mão por uma eternidade.
Encontrei-a. Eu encontrei-a.
E agora, que é que faço? Vou ter com ela? Que lhe digo? Faço-me de zangado ou
de apaixonado? E se ela estiver com alguém. E se ela estiver com o José? Mato
os dois? Ou perdoo-lhes?
Com a cabeça a mil, André correu em direcção à casa da D. Alzira, sem saber na realidade nada do que ia fazer ou dizer. Ia vê-la e pronto!
Olhou para cima, para a
varanda da casa da D. Alzira e viu um rapaz alto, que ao vê-lo tão atento, acenou e
gritou “André? Bora cá cima. Ela está em casa”. E meteu-se para dentro.
André ficou gelado, e mais
gelado ficou quando sentiu movimento nas cortinas da casa ao lado da D. Alzira.
Pudera, com aquela gritaria toda a gente da rua veio à janela!
Adentrou a porta do prédio e
olhou para cima, pelo caracol das escadas. Lá em cima estava a cabeça do Tomás,
a espreitar, com um sorriso largo na cara.
“Meu, parece que estás com medo. A Lúcia não costuma morder. Acho” e
riu alto, batendo na porta da sua vizinha, que claro, já estava a ver quem
estava no patamar pelo olho mágico.
“Olá Lúcia. Acho que vocês se conhecem”. Uma mulher vistosa abriu a porta.....
Raios! Não. Não era esta Lúcia!
André apeteceu esganar o Tomás ali mesmo pela frustração sentida, mas não ia fazer nada disso. Controlou-se.
Raios! Não. Não era esta Lúcia!
André apeteceu esganar o Tomás ali mesmo pela frustração sentida, mas não ia fazer nada disso. Controlou-se.
Ao verem-no tão imensamente
frustrado, os dois vizinhos decidiram levá-lo a tomar um café na leitaria do bairro.
Este era o ponto de encontro
daquela gente boa, e foram chegando cada vez mais habitantes da rua.
André sentiu-se bem ao ver tanta juventude no seu antigo bairro, no centro histórico da cidade. Lembrou-se de outros tempos. E mais uma vez, de Lúcia.
André sentiu-se bem ao ver tanta juventude no seu antigo bairro, no centro histórico da cidade. Lembrou-se de outros tempos. E mais uma vez, de Lúcia.
No fim do dia estava rodeado
de pessoas que nunca tinha visto na vida, a todos tinha sido apresentado e de
nenhum se lembrava do respectivo nome. Mas apesar das emoções do dia, sentia-se bem.
(continua)
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