quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Trevas na minha Alma

Talvez pela influência das histórias que ouvi e li em criança, a verdade é que desde sempre as florestas densas e escuras me fascinaram, mesmo aquelas que não permitem nem que os próprios raios de sol entrem nos seus domínios de trevas.
O autor que melhor descreveu um tal ambiente foi J. R. R. Tolkien, em “O Hobbit”. Nessa obra, os personagens perdem-se numa gigantesca floresta, cheia de aranhas gigantes e de elfos fugidios.
A riqueza de pormenores é tal que o leitor comum aflige-se verdadeiramente, tantas são as desventuras sofridas pelos personagens, perdidos num mundo de eterna escuridão. Eu, estranhamente, invejava-os.
Realmente, não sei o que consigo encontrar de tão fascinante um lugar sem luz e cheio de perigos ocultos. Talvez por ser um mundo completamente diferente daquele a que estou habituado.
Sei, no entanto, que este é um dos lugares preferidos da minha Alma, pois sabendo que aí os sentidos como a visão são inúteis, e imperando apenas as sensações, ela seria Rainha incontestada.
Assim, quando penetrar numa dessas florestas negras, e de tão cego ficarei de sentidos, que não me restará outra opção senão deixar-me levar pela minha Alma, rumo ao desconhecido, rumo às minhas mais profundas trevas.

Sem comentários:

Enviar um comentário