terça-feira, 2 de outubro de 2018

A Fuga (2 de 4)

Fecho os olhos e começo imediatamente a recordar as várias ocasiões felizes que tive com a Rita. E senti imensa tristeza por já terem acabado.
Temos o péssimo hábito de só nos lembrarmos da felicidade quando já não a temos.
Chamam saudade ou nostalgia a esses pensamentos, mas prefiro chamá-los pelo nome certo: Masoquistas. Pensamentos total e estupidamente masoquistas!
Entre mim e a Rita nem parece ter havido história, pois decorreu dentro da mais profunda das normalidades: Homem e Mulher conhecem-se, relacionam-se, e de repente dão-se conta que começam a passar mais tempo juntos que sozinhos. E gostam.
Aproveitando que “a coisa até está a correr bem” , tomam a decisão de morarem juntos, pois já não conseguem estar longe um do outro. Idílico, não é? Eu também pensava assim....
E eu vos pergunto. Mas o que leva duas pessoas, a viverem tão bem sozinhas, completamente independentes, livres e desimpedidas, a voluntariamente, prescindirem de grande parte da sua liberdade?
Eu considero que este é o maior mistério da humanidade. Maior ainda que o desaparecimento dos dinossauros ou da origem do universo.
Sabendo todos desse facto, porque é que ninguém me alertou de nada? Porque é que ninguém me agarrou pelos ombros e olhando-me nos olhos, disse "NÃO FAÇAS ISSO!!!"
Claro que agora vão aparecer a dizer "Eu devia-te ter avisado, pois eu sabia que ela não era mulher para ti" os mesmos que me disseram "Estou tão feliz por ti, amigo!!!".

Cambada de hipócritas. E de otários. Bem, otários não lhes posso chamar porque eu próprio sou um, e dos grandes, por sinal.

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