Não
sou nem nunca fui artista de circo. Nunca me vi a equilibrar-me num fio ou
arame, e muito menos com aquela vara comprida nas mãos, como os equilibristas a
sério.
Mas
sinto-me numa corda bamba e sem nenhuma rede por baixo. Portanto, numa situação
instável e difícil de controlar.
Mas
passemos aos factos, pois só assim vocês me compreenderão. Ou não….
Tenho
orgulho em afirmar que amo a minha cara-metade de uma maneira
profunda. À séria mesmo, como dizem.
Mas, se gosto tanto dela, porque se sinto numa corda bamba? Falta de confiança na
relação não é. Falta de sentimento também não. E ausência de objectivos comuns
ainda menos.
Quando
não havia amor na minha vida, sentia que tudo estava correcto e nos seus
devidos lugares. Não havia lugar a dúvidas e as certezas eram a nota dominante.
Orgulhava-me de ter os pés bem assentes no chão!
Mas
quando surgiu o amor, e em quantidade suficiente para encher um camião TIR ou mesmo o MEO Arena, as certezas desvaneceram-se, como por milagre.
Paradoxalmente, é quando brota do meu coração amor suficiente até para enfrentar um touro
bravo em pleno no Campo Pequeno, é quando sinto estar numa corda bamba.
Quanto mais amo, mais
frágil o sinto!
O
Amor é um sentimento precioso e mimoso, e mesmo crescendo, aos meus olhos está cada vez mais carente e frágil, a precisar de atenção constante.
E
apesar de desejar ter uma relação cada vez mais forte e sólida, quero ainda mais
ter um amor frágil. Para o proteger e acarinhar cada vez mais.
Assim,
ao olharem para cima podem-me ver, na corda bamba, sem vara nem rede.
Mas Feliz!
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