“Está aqui alguém em minha casa! E só pode ter más intenções!!!”
No mais profundo silêncio da noite, ouvia claramente alguém, algures na sala, a respirar, chorar e até balbuciar. Eu estava em pânico, ao ponto de não me conseguir sequer mover.
“Será
que fiz tão mal a alguém? Por dinheiro não deve ser, pois não tenho nenhum.” Pensava, enquanto
tentava libertar, inutilmente, o meu corpo da rigidez.
Através
da atenção à minha respiração tento acalmar-me. Respiração profunda uma, duas vezes.
Outra vez.
O exercício de respiração tirou-me muita da ansiedade, e comecei a raciocinar um pouco melhor.
De
repente, ouço barulhos na escada do prédio. Reconheço claramente os sons de pessoas a
correr escada acima. E a aproximarem-se.
Os sons dos passos param abruptamente no meu andar, e a minha ansiedade regressou em força,
fazendo-me até esquecer a ameaçadora sombra que se tinha introduzido dentro de minha casa....
De repente, ouço uma chave a entrar na fechadura da minha casa. “Estão
a abrir a porta de minha casa!!! Mas hoje todos tiraram a noite para me fazerem mal ou quê? Mas isto não fica assim! É que não fica mesmo!”
Em fúria, vou
para a cozinha e agarro no maior facão que tenho e, aproveitando o facto de
estar descalço, não faço barulho nenhum ao aproximar-me da porta da rua.
A porta abre-se muito devagar, e na sua abertura espreita o cano de uma arma….
“Então vieram cá mesmo para me matar! Mas eu já vos digo, meus
cabrões!
Num acto repentino de insanidade, abro de repente a porta e espeto o facão! E nesse preciso instante ouço alguém gritar o meu nome.....
“JOAQUIM!!!”
E
a arma dispara, num violento estrondo!
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