Acordo
de súbito como se tivesse emergido do fundo do mar, a absorver todo o ar que podia. Estava a
sonhar com o Joaquim e ele estava em grande perigo.
Apalpo
a mesinha de cabeceira em busca do telemóvel e verifico se há mensagens. Nada.
Percorro
as aplicações de mensagens das redes sociais e de comunicações. Porque será que há tantas? Só
me fazem perder tempo.
O
meu cérebro racional manda-me adormecer novamente, mas o mais primitivo é que
manda, e ordena que siga o meu instinto.
“O
JOAQUIM ESTÁ EM PERIGO!”
Ligo-lhe
de imediato e de imediato desligo. Se ele estiver em perigo, o toque do
telemóvel ainda o poderia colocar ainda pior, penso.
Decido
ir ter com ele, mesmo sabendo que estou no meio da noite e que ele mora do outro lado
da cidade, que não é pequena. Mas ele merece.
As
minhas roupas devem ter ganho vida, pois sem ter dado por isso estava vestida e
pronta para sair. Encho o peito de ar e saio de casa.
“Seja
o que Deus quiser!”, digo baixinho. E entro no elevador, em direção à garagem.
No
caminho para casa do Joaquim, ignorando o trânsito quase inexistente, começo
a pensar no que lhe iria dizer.
“Vim ter contigo a meio da noite porque tive um pesadelo horrível em que estavas em
perigo, e por isso não te podia telefonar! Hum, Mais vale dizer-lhe que quero passar
a noite com ele!”
Assusto-me
com a falta de coerência, lógica, tino, seja o que for, daquilo tudo! “Mas
que raio estou eu a fazer?”
Travo
o automóvel, pronta para voltar para casa quando reparo que o meu “piloto
automático” já me tinha colocado na rua onde ele mora. Resolvo não
regressar a casa.
Estaciono
em frente ao prédio dele, mas ao fazer a manobra de marcha atrás, bato de leve num cão, que gane baixinho. Mas eu, ao sentir o toque, e já com os nervos à flor da pele, fico assustada e grito. Grito estridentemente!
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