Mas Perdoar é também o mais difícil de entender e
de executar, especialmente quando o acto original está para além da minha
compreensão.
Posso até dizer que perdoo, posso até sentir que perdoei mas...
... por vezes que esse sentimento dá lugar a outros, consideravelmente menos nobres por
mais primitivos por impulsivos, e por isso muito mais próximos de quem realmente sou, e quiçá,
todos nós!
É que ciclicamente surge-me uma inquietação, um
incómodo, um fervilhar de emoções resultantes da titânica e permanente luta entre o Perdoar
e o Vingar, tão visceralmente semelhante às peleias entre o Bem e o Mal, ou do
Amar e o Odiar.
Por me ocorrerem estas violentas batalhas questiono a predominância do meu lado humano e altruísta, temendo
que tenha feito uma escolha, mesmo inconsciente, pelo lado menos claro do
espectro.
Pura ilusão, pois ao Branco sucede o Preto e ao Preto sucede o Branco, tal como ao Amor sucede o Ódio e ao Ódio sucede o Amor.
E que
da última batalha nada mais resulta que o início de outra, num movimento
contínuo de Renovação.
É que para mim
não há Perdão ou Vingança, Bem ou Mal, Amor ou Ódio em termos absolutos.
Deste modo nada é perene e puramente verdadeiro aos meus olhos.
Não vejo
Preto ou Branco mas sim inúmeras tonalidades de Cinzento que vão reflectindo sentimentos
intrinsecamente meus, mutáveis e evolutivos...
... com os quais trilho caminhos na minha
busca da Verdade.
Da minha
Verdade.
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