quinta-feira, 14 de julho de 2016

Como se fossemos um só ser


A suavidade com que me enlaça é inebriante, e consigo-lhe sentir o aveludado de uma forma obscenamente tangível.

Tudo parece ter sido desenhado, melhor, finamente esculpido na mais pura das sensualidades.

Sabendo e sentindo-se assim, projecta-se ainda mais sobre mim de modo a que eu nunca, mas mesmo nunca mais esqueça esta vivência, aqui e agora.

Levanto os olhos e mesmo na penumbra consigo vislumbrar o seu olhar intenso sobre mim.

As minhas narinas detectam indelevelmente o seu cheiro doce e penetrante, como almiscarado com madeiras exóticas.

Num movimento imparável a minha barreira indelével rompe-se de vez e os meus sentidos ribombam numa violenta explosão que me deixa estático e extasiado, como que quebrado….

O meu sentir é tão intenso que me ocorre que o que antes sentira me parece uma tão débil caricatura, como um fantasma de uma longínqua vivência, já quase inteiramente esquecida.

A minha alma rende-se por fim, mas ao invés de se entregar, intensifica a sua chama como se a fonte de energia fluísse no próprio ar, pujante e ritmado.

Sei-o agora. Pertenço-lhe e pertence-me. Como se fossemos um só ser…..














……num movimento lento e a muito custo largo o livro..... Estou mesmo a gostar desta história, mas realmente já é tarde e tenho de ir dormir…..

Sem comentários:

Enviar um comentário