“Eu nem acredito! Incrível. És mesmo uma grandessíssima
Besta, meu Desgraçado!”
E foi assim desta forma que o meu Mundo desabou!
Mas voltemos atrás a fita….uns anitos.
Fiz-me gente e como todos nós, desde tenra idade criei um mundo só meu.
E é lá onde tenho guardado as minhas coisas mais importantes.
E íntimas.
E vi o meu mundo estremecer….
…quando desapareceu a minha chucha predilecta.
Quando sumiu o meu livro do banho favorito. Quando a minha namoradinha da primária mudou de escola….
Agora sou adulto e já sabia que o mundo estremecia. Só não sabia é
que ele desabava. Até hoje.
É que o mundo desaba mesmo. E desaba forte e feio especialmente
quando quem me costuma tratar por “Amor” me apelida agora de “Grandessíssima
Besta”!
O meu primeiro instinto foi de me colocar debaixo de uma
ombreira de porta, procedimento aconselhado num tremor de terra!
Só depois é que me apercebo do que está realmente a suceder….
e o cenário que vejo é pós-apocalíptico!
O meu mundo, outrora repleto de altares fofinhos, cada um cheio
de boas recordações, foi-se!
O céu azul estilo Simpson é agora cinzento muito carregado com
trovões a ribombarem, estremecendo tudo!
O chão
abre-se sob os meus pés e vejo as escaldantes chamas do Inferno, Mafarricos a puxarem-me
os pés…. e o Capeta a rir-se!
Ao longe ainda consigo ouvir a minha própria voz, titubeante, a
dizer “Amor, que é isso?”
E a resposta veio, pronta, como só as mulheres conseguem
fazer, seja qual for a situação…
“És mesmo um Anormal. Deixaste outra vez a tampa da
sanita levantada e o parvo do gato estava a beber de lá! Tiveste muita sorte de
ele não ter caído lá para dentro!”
E como se de um milagre se tratasse, o meu mundo instantaneamente
recompôs-se, aliviado.
Atento, o meu diabinho particular segreda-me ao ouvido “Ainda bem que era só isso. Julgava que ela
tinha descoberto…, tu sabes…”
Ao qual respondo “Pois.
Eu também julgava que era a outra coisa…”
E rimo-nos os dois, em surdina.
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