Para:
cristina.silva.rocha@iol.com
De: jose.gomes.rocha@gmail.com
De: jose.gomes.rocha@gmail.com
Data:
14 Maio 2016; 18:28
Assunto:
Já fizeste as malas?
Estás bem, miúda?
Sabes, ando mesmo com
a cabeça à nora!
É que acabei de
receber um telefonema dos meus pais e a pás nas tantas disseram-me que a
Andreia te enviou um e-mail. Nem lhes perguntei como é que eles sabiam. Achei
estranho. Foste tu que lhes disseste?
O mais certo é ela
ter ido ter com eles para se queixar de mim, que sou isto, aquilo e aqueloutro.
E deve ter-lhes falado no e-mail que te enviou, decerto com a mesmo lengalenga.
Foi isso, não foi?
Sabes, e podes nem
acreditar, mas eu ainda amo aquela gaja. Apesar de tudo o que me tem feito.
Sei o que digo pois
quando a olho nos olhos sinto umas borboletadas no estomago que é obra. Porquê?
Como? Pois, não sei. Devo ser é parvo. Mas nisso quase todos os homens o são.
Paciência.
Acho que mereces
saber por mim antes que te contem tretas, mas os meus problemas com a Andreia só
surgiram mesmo na noite de Natal do ano passado.
Antes do nosso
primeiro Natal juntinhos decidimos que iriamos passar a noite de 24 em casa de
cada um dos nossos pais, em anos alternados, de forma a não haver cenas e
preferências, que só chateiam.
Assim, e para
decidir onde íamos o primeiro ano lançámos moeda ao ar. Calhou na casa dos teus
tios.
No ano passado,
respeitando a ordem, fomos jantar a casa dos pais da Andreia. Aos sogrões!
Adiante. Jantar de
Natal e a Andreia sempre ao telemóvel.
Eu já tinha feito
as minhas três chamadas relâmpago estilo “Feliz Natal, beijinho, beijinho”, e uma
delas foi para ti, claro.
Esperava eu por ela
para começarmos a comer e olho para o lado e vejo os pais dela a morfarem
(adoro este termo) como se o mundo fosse terminar no dia seguinte, ao mesmo
tempo que viam um programa estúpido na televisão.
Confesso-te que
isso mexeu comigo. Nem esperam pela própria filha, pensei, gente danada. Mas
como se demora a Andreia....
Que fazia ela,
afinal? Levantei-me e fiz sinalética – estou cheio de fome. Anda!
A cara dela estava
muito apreensiva e mais ficou ao me ver, a estúpida. E voltou-me costas e
começou a falar ainda mais baixo.
Eu, claro, fiquei fulo
e regressei ao lugar, e comecei a comer porcarias, tipo figos e outras cenas.
Quando enfim ela se
sentou já estava tudo frio, e os pais dela já se estavam a vestir para irem
para a Missa do Galo. Triste.
Fiquei mesmo
furioso com ela por me ter estragado a noite de Natal que sinceramente nunca
mais lhe dirigi a palavra de jeito.
Ela bem tentou e
por diversas vezes. Mas eu nem quero saber!
Então fui jantar a
casa dos pais dela e não à dos meus, estando o meu pai um bocadito adoentado,
para isto? Para ela estar aos segredinhos? Com quem? E a cena dos pais dela?
Isso não se faz, caramba. Não há desculpa.
Lembro-me que a
Andreia ainda tentou mudar o jantar para casa dos meus pais e que fui eu que lhe
disse que não, porque eu conheço as mulheres (desculpa lá, lol).
É que depois estava
volta não volta a levar com bocas dela a dizer que “fomos a casa dos teus pais passar
o Natal e devíamos era ter ido a casa dos meus.”!
E além do mais
aquilo cheirou-me a esturro, tipo os pais dela tinham outras coisas
combinadas….
A partir daí ela
por vezes chega tarde a casa, nem me diz onde esteve, nem com quem esteve…. E
eu, Primita, estou tão farto….
Mas não te quero chatear
mais. É que sinceramente já nem vale a pena.
Mas afinal já tens
os bilhetes ou não?
Beijos
Zeca
(continua…)
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