sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Zé Bolas

 
Estando eu a ver na televisão uma reportagem sobre turismo em Portugal quando ouço um casal inglês a referir-se a um tal de “Gozé Balls”. “A quem eles se estão a referir?”. Coloco o termo no Google Tradutor e sai (claro), uma porcaria. Refino e consigo algo – Zé Bolas. Ui, o que é isto?

Até ver aquela reportagem televisiva nunca me teria passado pela cabeça reparar no Zé Bolas. Afinal ele não é como o Mongas Submisso….

É que no fundo ele não é uma espécie diferente da nossa. Nem outra raça. Ele não segue outros credos nem outros costumes. Se repararmos bem, ele não se mistura com os outros para passar despercebido. Aliás, bem pelo contrário.

Ok. Chega. Afinal, quem é o Zé Bolas? Segundo o livro “Histórias da História de Portugal”, este surgiu espontaneamente no nosso país e alegremente espalhou-se pelos quatro cantos do mundo, nos barcos nos Descobrimentos e na Diáspora posterior.

Mas não sejamos xenófobos. Não podemos considerar que é um produto genuinamente nacional. Ele é universal. Possui primos e primas por todo o lado e para isso basta vermos programas comoJersey Shore ou qualquer uma das suas imitações baratas.

O camaleão adapta a cor da sua pele à do meio ambiente, adaptando-se assim a todos os contextos. Já o Zé Bolas também se adapta a todos os contextos, mas recusa-se a ser camaleónico. Assim, se ele está num grupo em que cada um tem vestido uma peça de roupa de cor verde, ele veste-se todo de verde florescente!

Em resumo, o Zé Bolas quer ser como os outros, mas mais qualquer coisa…. Ele não é nem quer ser confundido com o Pop Chunga. Não, ele é outra coisa diferente….

Ele é aquele que quer tanto ser hot, estar na moda, se destacar no seu grupo que se torna diferente sim, mas por parecer já estranho!

Se é hot ter tatuagens, então bora lá encher-me tanto de tatoos que pareço um mapa.

Se está na moda ter as calças de cintura baixa, bora lá mostrar o fundilho das cuecas, e para quase nem conseguir andar.

Se o que está a dar é beber para caramba, então bora lá andar sempre com o fígado a desfazer-se como se não houvesse amanhã.

Se é cool ter pouco conteúdo na cabeça, bora lá não ter mesmo nada na tola, tornando-me assim um fortíssimo candidato a entrar num qualquer reality show da TVI.

No fundo, é apenas um tipo que se quer destacar dos outros pelo seu aspecto ou pelo (muito pouco) conteúdo dentro da sua cabecinha. E é feliz assim…

É na sua transmutação permanente que reside a sua força e a sua imortalidade. Viva o “nosso”Zé Bolas. Que viva para sempre! De preferência com um belo shot de vodka na mão…

Sem comentários:

Enviar um comentário