Subo uma colina para poder
apreciar o espectáculo do pôr-do-sol a mergulhar no oceano, deixando um rasto
de obscuridade crescente. Imagino os nossos antepassados com medo que o Sol
engolido pelas trevas, não voltasse a aparecer.
Actualmente
consideramos completamente disparatado esse temor ancestral. Afinal,
tornámo-nos todos muito sapientes e racionais….
Mas
o que observo é que continuamos a ter comportamentos semelhantes aos nossos
antepassados em termos de Medo
do Desconhecido. Só mudou mesmo o que continuamos a desconhecer.
Carregamos
ainda o receio que aconteça algo de menos bom e que a nossa vida não volte a
ser a mesma. E tememos muito
mais pelos nossos do que por nós próprios, sendo esse sentimento intrínseco
à nossa natureza humana.
Os
nossos maiores medos escondem-se nas profundezas do coração. Quanto maior for o
temor mais profundo se encontra, e menos referido é. Vulgarmente não falamos ou
pensamos nele para “não o chamar”, como se tratasse de um dragão
adormecido que acordasse se ouvisse o seu nome.
Se
bem se lembram, na saga “Harry Potter”, os personagens referiam-se ao
Lord Voldemort como “aquele cujo nome não deve ser pronunciado”,
e mesmo assim em surdina. E nós procedemos assim relativamente aos nossos
maiores medos.
Afinal
não devemos ser tão racionais como julgamos e queremos. Sempre são milhares de
anos de património genético, cultural e principalmente supersticioso acumulado
em cada um de nós, e que não podemos ignorar. E nem devemos, mesmo que na
realidade nem saibamos porquê.
É que a racionalidade tem o limite que cada um de nós quer e bem
entende. E desta forma sempre iremos temer o desconhecido e o
imprevisível, seja ele qual for.
Afinal
de contas, o que não queremos
é que o nosso dragão adormecido acorde.…. e termino agora porque nem quero
falar mais deste assunto….
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