PRIMEIRA REFLEXÃO SOBRE ESSA RAMEIRA
Uma grande amiga
minha disse-me uma vez que por vezes não sabia o que queria, mas sabia muito bem
o que não queria. Depois disso já ouvi essa pérola de sabedoria mais algumas
vezes, mas isto é como tudo, pela primeira vez tem sempre mais impacto.
Realmente é fundamental
sabermos o que não queremos aturar, o que não podemos permitir, o que não
estamos dispostos a que nos façam. O resto torna-se mais fácil, pois ao
traçarmos uma linha definida do NÃO, tudo o que fica do outro lado é SIM.
Mas a Vida,
essa Gaja Insana, não facilita, e coloca entre o NÃO e o SIM uns “talvez”,
“de
acordo com as circunstâncias”, “se for assim não, mas se for de outra forma
sim”, e assim por diante, que transforma o que era apenas branco
ou preto num quadro com enormes manchas cinzentas.
P*ta de vida
que tanto me lixas! Por que razão nunca me colocas em situações perfeitas ou perante
pessoas perfeitas? É que para imperfeito já basto eu, e não preciso de mais. Mas
assim seria demasiado fácil, e tu não estás para me facilitar nada, pois não?
É que se nem
a mim próprio consigo entender, escuso de continuar a tentar entender os outros,
tornando-se perfeitamente inútil estabelecer qualquer tipo de empatia perante
pessoas que são tão doidas e incoerentes como eu próprio. Ou piores ainda, se
fosse possível.
Cada vez
tenho mais a certeza que nunca soube viver, e por isso invejo os outros que realmente
o sabem fazer, facilmente. Sempre defendi a ideia que viver é fácil, mas que, muitas
vezes, o pessoal é que complica.
Raios! O que
é que se passa comigo, afinal? Terei faltado a uma lição importante de vida?
Terei interpretado mal alguma coisa? Serei demasiado estúpido para perceber?
Mas já não importa, pois estou resignado de que nunca saberei a verdade.
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