Todos nós nascemos, vivemos e morremos condicionados.
Podemos viver a vida
inteira sem nos apercebermos da nossa condição de condicionado pelo simples
facto de nunca termos sequer pensado no assunto.
Nascemos e
passamos os primeiros tempos das nossas vidas descondicionados, mas a
condicionar outros.
Começamos a ser
condicionados, contra a nossa vontade diga-se desde tenra idade. Comida, dormida,
asseio, linguagem, tudo nos é regulado gradualmente.
Na juventude ficamos
irremediavelmente condicionados pelos amigos. Ironicamente, é a altura da vida
que julgamos ter mais liberdade.
Só quase no ocaso
da vida é que começamos a libertar-nos de alguns condicionalismos, porque nos
apercebemos deles pela sua inutilidade.
A sociedade é sempre o principal condicionador.
Nesta está incluída a religião fenómeno social e não religioso.
É o condicionalismo que mantêm a ordem e a coesão social, dirão alguns.
Sem ele, dizem, seria a anarquia e regrediríamos ao nível da barbárie.
O aceitar estar condicionado é principalmente uma
forma de estar. Basicamente é o aceitar regras e normas impostas por outros sem
nos consultarem.
Nós escolhemos os políticos que julgamos mais
capazes de condicionarem a sociedade com as “nossas” normas.
O não cumprimento dos condicionalismos leva
rapidamente ao ostracismo e ao isolamento social, e que pode não ser revertido
mesmo retomando as regras novamente.
A maior parte da nossa vida é passada ao lado de
pessoas que pensam e agem como nós. Será que alguma vez pensámos se deveremos
continuar assim ou se deveríamos alterar esta forma de estar?
Já alguma vez nos questionámos
sobre o modo como fazemos, pensamos e falamos, como se tivéssemos sido
programados?
Já alguma vez pensámos nos nossos próprios condicionalismos?
Já alguma vez pensámos como seria se nos libertássemos
de um ou outro condicionalismo?
Pagar as contas é um condicionalismo necessário.
Guiar pela direita em Portugal é outro imprescindível. E há muitos mais que nem
notamos por serem tão naturais como respirar. Não sou apologista da plena
liberdade, amor livre ou anarquia, por exemplo.
Mas sou apologista de que pensemos. Devemos
pensar com clareza e por nós mesmos.
Pensemos nas coisas que nunca fizemos porque “pode
parecer mal”, pensemos no tempo perdido, nas oportunidades desperdiçadas, no
quase, no ano que vem vou fazer, no que diria a minha família, no que tio, na
prima, na vizinha, no tempo que já não volta, no não faço isso que faz mal, que
tenho vergonha, que é longe, que é muito perto, que está a chover, que está
calor.
Pensemos é no resto da nossa vida, livro em branco o qual temos de
preencher da melhor forma possível!
Pensa, Imagina e Liberta-te! Verás que viverás melhor.