E nesse instante preciso começou a revolta!
As forças de segurança ficaram sem saber o que fazer, pois não
sabiam se mantinham a população em segurança por causa da condução da D. Luisa ou
se mantinham a D. Luisa em segurança por causa da revolta da população.
O Chefe telefonou ao Comandante, que
alarmado desencadeou uma cadeia de contactos que subiu até
chegar ao Ministro. Que ligou ao Costa….
“Mas estás a falar de que Geringonça, meu?”, gritou
exasperado o PM. Sem saber o que fazer, ligou à Catarina, pois eram oito e meia da noite
e o Jerónimo já estava a dormir.
“Oi Catarina. Tudo bem? E o que é que pensas fazer com esta situação? Perguntou Costa, ao que respondeu Catarina “Não sei. Mas eu e a Marisa e já passamos por aí…”
Sem se aperceber de nada do que se estava a passar, a D. Luisa chegou pela enésima vez à sua praceta, e ao vê-la completamente vazia, exclamou, toda contente “Assim sim! Até que enfim que encontro um lugar de estacionamento de jeito!”
Sem se aperceber de nada do que se estava a passar, a D. Luisa chegou pela enésima vez à sua praceta, e ao vê-la completamente vazia, exclamou, toda contente “Assim sim! Até que enfim que encontro um lugar de estacionamento de jeito!”
E lá enfiou o focinho do pobre veículo em cima do
passeio, imobilizando-o apenas a uns míseros centímetros de o fazer baldar ribanceira
abaixo. Até o seu automóvel respirou de alívio.
Nesse preciso momento a Catarina e a Marisa chegam a casa do Costa a tempo de assistirem através da televisão à derradeira manobra automobilística da D.
Luisa.
E após os três respiraram fundo em
uníssono, começaram a falar de outras geringonças, pois erradamente julgaram que toda esta situação já tinha passado.
Tinham passado poucos minutos quando a Marisa, tendo ido buscar uma bebida
mais forte, verifica na televisão que a situação no local tinha mudado
drasticamente.
“Ó pessoal venham aqui ver isto, depressa!”
Realmente o que um heli de um canal de notícias mostrava era
digno de se ver!
Os populares tinham começado a sua marcha, e estavam a ser barrados pelos Comandos, pelo Rui Reininho (com os GNR) e até pelos Escuteiros, que aproveitaram para vender mais uns
calendários e porta-chaves.
Na troca de palavras, insultos e vapor que se
seguiu, a frustração e a indignação da população subiu tanto de tom que começaram a lançar cocktais molotov sobre as forças de segurança.
Mas em vez de arremessarem garrafas a arder, atiravam copos vazios de shot, pois o álcool está caro e não é para desperdiçar! E depois de o beberem todo e porque já não tinham mais nada para atirar, foram-se todos embora em direção ao Bairro Alto.....
Entretanto a D. Luisa, alheia a todo o caos
envolvente, encontrava-se deliciada, rodeada de jornalistas, relatando a agradável sensação de ter
encontrado um lugar nesta cidade ingrata que não respeita os
automobilistas inexperientes.
Nesse preciso instante começaram a chegar políticos por todo o lado, cada um deles a prometer mais do que
o outro, aproveitando o facto da D. Luisa estar naquele momento sob as luzes da ribalta.
Era um a prometer-lhe um passe social vitalício, outro um lugar de garagem, outro mais lugares de estacionamento....
Mas quem ganhou de caras foi o Costa que acabado de chegar, lhe
prometeu logo disponibilizar um dos seus motoristas particulares (neste caso um todo bem apessoado, conforme reparou logo
a D. Luisa) para seu uso exclusivo e permanente…..
E todos nós festejámos rijamente quando a proposta foi aceite. Parecia que tinhamos ganho outra vez o Campeonato da Europa!
Deste modo este grande imbróglio, que poderia ter
resultado numa feroz guerra civil, foi finalmente resolvido, e a contento de todos.….
Desculpem, eu disse “acabou”? Não. Não tinha ainda acabado. Não com esta “bela”
solução.
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