Numa
cerimónia a que assisti há pouco tempo ouvi a Conservadora dizer aos nubentes
que o casamento era um contrato especial, porque envolvia um sentimento: o Amor!
E de
todos os sentimentos, o Amor é mesmo (muito) especial. Certo. Concordo. Mas ando desconfiado que este já não é o que era.
Casamos e estamos juntos por Amor. Impensável outra forma. Mas no
entanto casamos (de papel assinado) cada vez menos.
Será
por não confiarmos uns nos outros o suficiente? Ou será
por ser mais fácil e rápido cada um ir para o seu lado, caso o Amor acabe?
As estatísticas dizem que mesmo entre os que tiveram a certeza de o casamento era o caminho, a taxa de
divórcio é crescente.
Mas nas relações maritais a taxa de separação deve ser maior que nos casamentos. E é notório que o
tempo médio de um casal é cada vez menor.
Por
vezes renasce a esperança pois (julgamos) encontrar a outra metade da laranja....mas a
laranjada azeda muito rápido. E nem adianta deitar açúcar, pois amarga ainda mais!
Gostamos
e desgostamos muito rapidamente. E estamos a acelerar. Ao
mínimo sinal de discórdia "deixamos de amar". E o “não
deu” é sempre a resposta.
À
mínima vibração negativa deixamos de acreditar no futuro a dois. Estamos
agora a sentir ao momento. O sim ou o não. O clique.
As
decisões sentimentais são tomadas no momento, sem pararmos para pensar, para reflectir. E não admitem retorno. Resta seguir em frente, para outra.
E muitas vezes acontece sem diálogo. Decidido por um, separam-se os dois. E tudo acaba.
Assim não vale a pena investir no Amor e nas relações, pois tudo pode acabar num minuto. Num nada e por nada.
Vejo agora que o Amor e as relações são como as pastilhas
elásticas. Deitam-se logo fora quando começam a perder o sabor
original.
E tudo
isto é dito e feito em nome do coração, da emoção, da sensação imediata.
Tudo em nome do Amor....
... por nós mesmos....
Que saudade dos tempos em que o Amor movia Montanhas…
…pois agora este desaparece quando surge uma qualquer
pedrita no caminho…