A minha querida mãe sempre me disse “bater numa senhora nem com uma flor”. E eu, pequenino, só me imaginava a bater numa menina com um girassol dos grandes, não com um malmequer merdoso. Sim, naquela idade a minha imaginação já era fértil e tinha pensamentos um tanto ou quanto perversos.
A questão do
“é
de pequenino que se torce o pepino” é totalmente verdadeira, pois estes
preceitos de educação camiliana, incutidos em tenra idade, condicionaram e muito
a minha relação com as mulheres, pois impediu-me muitas de vezes de reagir como
devia ser. Não que lhes quisesse bater com um girassol dos grandes, mas….
No meio
disto tudo, a minha única dúvida é, e vai continuar a ser, saber se, para a
minha querida mãe todas as mulheres eram senhoras, ou se as senhoras eram
apenas uma minoria no total das mulheres. Jamais irei saber.
Felizmente
que, com a idade, os condicionalismos tendem a perder força, e secretamente tenho
uma grande plantação de Girassóis
Espinhudos lá para os lados de Benavente. Desculpe lá mãezinha, mas por
vezes, o que tem de ser, tem de ser, e o que tem de ser tem muita força, e um
gajo não consegue ser de ferro a vida toda.
Eu sei que
vou chocar muitas pessoas, mas tenho um anuncio a fazer: “Não há relações perfeitas!”
Chiça, custou-me dizer, mas tinha de ser dito. As relações “quase”
perfeitas duram o tempo exato em que ambos
estão tão entretidos a fazer poucas vergonhas que nem conseguem reparar nos
defeitos um do outro!
E ainda digo
mais, mesmo sabendo que a maioria de vocês ainda está de cabeça à nora pela
minha anterior revelação, mas aqui vai: “Não há pessoas perfeitas!”. E quem
se julga perfeito, é por que é ainda mais imperfeito que os outros, tem é mania
e julga que os outros são trouxas.
Assim, para se
estar devidamente preparado para a proverbial Guerra dos Sexos, deve-se ter
sempre à mão Girassóis Espinhudos,
pois nunca se sabe quando se vai precisar deles, e se não servirem para bater,
servem de arma de dissuasão, e este conselho é, de resto, o Ponto Dois da Felicidade Suprema.
E sejam felizes. E assim, sim, para sempre.