Um início, um nascimento, o aparecimento de algo
novo é sempre uma incógnita, pois nunca se sabe o que pode ou não daí resultar.
Eu acrescento que seja o que for que se
inicia, que nasça, os momentos que antecedem o seu aparecimento são mágicos,
não podendo ser explicados por meras palavras.
E surge sempre sempre tão delicado como uma
gota de orvalho numa manhã fresca de nascer.
Mas eu não sabia, até agora, como nascia um
sentimento.
Julgava que surgia, e pronto. E imaginava que
nunca se estava consciente aquando do seu aparecimento.
Acreditava que os meus sentimentos surgiam
nos sonhos, e quando acordava ali está ele, ao meu lado, partilhando almofadas,
feliz por ver a luz do dia.
Mas agora sei que não é assim. Pelo menos
este especificamente não foi. Não acordei com ele ao meu lado. Nem sonhei com
ele.
Desta vez estava bem acordado. E por demais
consciente do que estava a surgir.
Senti-o nascer. Vi-o literalmente a brotar de
mim. E logo foi tomando conta de tudo. Comigo consciente. Demasiado consciente
do que ali estava a acontecer.
Não lutei, não me debati, não fiz nada a não
ser aceitar, serenamente, a sua vinda, como se esse fosse o comportamento mais
natural em mim.
Mesmo agora não estranho esta minha aparente falta
de reacção. É que no íntimo sabia o que aí vinha, e era mesmo o que queria.
Caramba, era mesmo isso que eu queria!
Assim, nesses momentos mágicos deixei-me
estar muito quieto, com receio que algo acontecesse na sua génese. Mas ele
nasceu forte e confiante, como sabia que aconteceria.
Ele agora faz parte de mim, da minha
essência, da minha alma. E conto que esteja sempre comigo. Para sempre.
E pensar que tudo se passou em apenas 3 minutos….